Quer dizer, até agora. Um estudo do Central European Institute of Technology (CEITEC MU) e da Faculdade de Medicina da Universidade de Masaryk, na República Tcheca, trouxe alguma luz sobre o mistério.
Os pesquisadores descobriram que certas estruturas cerebrais específicas têm um impacto direto sobre isso. Exames feitos com ressonância magnética com 113 voluntários mostraram que o hipocampo, estrutura localizada nos lobos temporais do cérebro onde as memórias se originam, eram consideravelmente menores em pessoas que vivem tendo essa sensação, em comparação com quem nunca teve uma experiência assim. E tem mais: quanto mais frequentes os déjà vus, menores eram essas áreas.
“Quando estimulamos o hipocampo de pacientes neurológicos, conseguimos induzir neles a sensação de déjà vu. Ao encontrar as diferenças estruturais no hipocampo em pessoas saudáveis que têm ou não tal experiência, mostramos que ela está diretamente ligada à função destas estruturas cerebrais”, afirmou o autor principal do estudo, Milan Brázdil, do CEITEC.
Para ele, o déjà vu é prova velmente causado por uma superexcitação de células nervosas em hipocampos mais sensíveis. Isso causaria um pequeno “erro no sistema”: as lembranças falsas.“Tal sensibilidade maior pode ser consequência de alterações nessas regiões do cérebro que podem ter ocorrido durante o desenvolvimento do sistema neural”, explica Brázdil. O hipocampo é excepcionalmente vulnerável a várias influências do ambiente externo, como as patológicas (como inflamações) ou fisiológicas (como o stress ou privação do sono), principalmente na primeira infância.
Apesar de parecer misterioso, o déjà vu é uma experiência comum: segundo os pesquisadores, entre 60% e 80% dos indivíduos normais já passou por isso.
FONTE:Super Interesssante
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